ATA DA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 16.03.1999.
Aos dezesseis dias do mês de março do ano de mil
novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e dezenove
minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Jorge Gerdau Johannpeter, nos
termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 31/98 (Processo nº 889/98), de
autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt. Compuseram a MESA: o Vereador Nereu
D’Ávila, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Fortunati,
representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Desembargador
Alfredo Guilherme Englert, representante do Tribunal de Justiça do Estado do
Rio Grande do Sul; o Senhor Pedro Ruas, Secretário de Estado de Obras Públicas,
Saneamento e Habitação; o Coronel Irani Siqueira, representante do Comando
Militar do Sul; o Senhor Francisco Brandão, Prefeito Municipal de Nova Santa
Rita; o Senhor Jorge Gerdau Johannpeter, Homenageado; o Vereador Isaac Ainhorn,
2º Secretário deste Legislativo. Ainda, como extensão da Mesa, foram
registradas as presenças das Senhoras Maria Helena Pereira e Marta Bier
Johannpeter, respectivamente, esposa e filha do Homenageado; Vera D’Ávila,
representante da Secretaria Municipal de Cultura; Eva Sopher, Presidenta da
Associação dos Amigos do Theatro São Pedro; dos Senhores Ercy Pereira Torma,
representante da Associação Riograndense de Imprensa; Peter Wilms, Presidente
da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil (ADVB/RS); Otomar Vivian,
Deputado Estadual; Érico Ribeiro, Deputado Estadual; Alfredo Tellechea,
representante da Companhia de Petróleo Ipiranga; Zalmir Schwartzmann,
Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil - SINDUSCON; Anton
Karl Biedermann, Presidente da Pólo Agência de Desenvolvimento; Nélson
Sirotsky, Presidente do Conselho da Rede Brasil Sul; José Carlos Hennemann,
Pró-Reitor de Graduação, representante da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS); Plínio Correia de Oliveira, representante da UFRGS; Carlos
Sperotto, Presidente da Federação de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul
(FARSUL); Israel Lapschik, Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de
Porto Alegre; Aloísio Bohnen, Reitor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS); Helmuth Berndt, representante da Associação Brasileira de Recursos
Humanos do Rio Grande do Sul; Carlos Ribeiro, Diretor Administrativo do Correio
do Povo; Armindo Antônio Ranzolin, Diretor da Rádio Gaúcha; familiares do
Homenageado; Diretores e Gerentes da Gerdau, representando a Empresa;
representantes de entidades presentes nesta solenidade. A seguir, o Senhor
Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional, e
concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador
Antonio Hohlfeldt, como proponente da Sessão, discorreu sobre os motivos que o
levaram a requerer a presente solenidade, destacando a importância da atuação
do Homenageado como incentivador do desenvolvimento cultural da sociedade
gaúcha e brasileira e lendo trechos da carta enviada à Sua Excelência pelo
Senhor Jorge Gerdau Johannpeter, ao aceitar o Título hoje entregue. O Vereador
Luiz Braz, em nome da Bancada do PTB, teceu considerações a respeito da vida
profissional do Homenageado, ressaltando a amplitude da obra de Sua Senhoria,
marcada pela visão clara do termo cultura como abrangendo os mais diversos
setores de uma sociedade. Ainda, declarou ser o Senhor Jorge Gerdau Johannpeter
um exemplo de vida a ser seguido por todos. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome
da Bancada do PDT, analisou o significado, para a Casa, da entrega do Título
Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Jorge Gerdau Johannpeter,
destacando o elenco de títulos nacionais e internacionais que possui o
Homenageado e registrando o lançamento das ações do Grupo Gerdau na Bolsa de
Valores de Nova Iorque. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PFL,
salientou a justeza da presente solenidade, afirmando ser o Senhor Jorge Gerdau
Johannpeter um homem preocupado com o trabalho e com o seu semelhante, um empresário
verdadeiramente voltado para o desenvolvimento brasileiro. Na oportunidade, o
Senhor Presidente procedeu à leitura de correspondência alusiva à presente
solenidade, recebida do Senhor Guilherme Socias Vilella, ex-Prefeito de Porto
Alegre, do Senhor Péricles Duque, do Deputado Nelson Marchezan, do Deputado
Ciro Simoni e da direção do Grupo Habitasul. O Vereador Cláudio Sebenelo, em
nome da Bancada do PSDB, teceu comentários sobre o surgimento do Grupo Gerdau e
seu crescimento até se transformar no maior grupo empresarial gaúcho, dizendo
ser a marca dessa história o trabalho, a ousadia, a perseverança e a visão
social a longo prazo. A Vereadora Clênia Maranhão, em nome da Bancada do PMDB,
saudou o Homenageado, falando de sua atuação como empresário incentivador da
arte e da ciência. Atentou para a responsabilidade social sempre demonstrada
pelo Senhor Jorge Gerdau Johannpeter, salientando a importância das pesquisas
tecnológicas e científicas desenvolvidas com o apoio do Grupo Gerdau. Na
ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença dos ex-Vereadores Artur
Zanella e Paulo Sant'Ana. O Vereador Hélio Corbellini, em nome da Bancada do
PSB, ressaltou que o nome Gerdau está associado a um sentimento de orgulho e
modernidade, dizendo que essa Empresa teve a coragem de competir num mercado
globalizado, ocupando espaços importantes, investindo na pesquisa, na
tecnologia e na cultura, resultando na geração de empregos, impostos e encargos
sociais. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, enfatizando a
presença de personalidades importantes na área empresarial, política e
cultural, lembrou ser o Homenageado aficionado pelo esporte e registrou a
participação de Sua Senhoria como membro do Conselho Deliberativo do Grêmio
Foot-Ball Porto-Alegrense. Na oportunidade, o Senhor Presidente convidou a
esposa do Homenageado, Senhora Maria Helena Pereira, e o Vice-Prefeito, Senhor
José Fortunati, para procederem à entrega da Medalha, e o Vereador Antonio
Hohlfeldt, para proceder à entrega do Diploma, ambos referentes ao Título Honorífico
de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Jorge Gerdau Johannpeter, concedendo a
palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Após, o Senhor
Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem à execução do Hino
Rio-Grandense, agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou
encerrados os trabalhos às dezessete horas e dezoito minutos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelo Vereador Nereu D’Ávila e secretariados pelo
Vereador Isaac Ainhorn. Do que eu, Isaac Ainhorn, 2º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Estão abertos os trabalhos da presente
Sessão Solene, destinada à entrega do título Honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao Sr. Jorge Gerdau Johannpeter.
Convidamos
para compor a Mesa o Sr. José Fortunati, representante do Sr. Prefeito
Municipal; o Sr. Jorge Gerdau Johannpeter; o Desembargador Alfredo Guilherme
Englert, representante do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; o
Sr. Pedro Ruas, Secretário de Obras Públicas, Saneamento e Habitação; o Cel. Irani
Siqueira, representante do Comando Militar do Sul; o Sr. Francisco Brandão,
Prefeito Municipal de Nova Santa Rita.
Convidamos
todos os presentes para, em pé, ouvir o Hino Nacional, interpretado pela
fanfarra do Comando Militar do Sul, adida ao 3º Regimento de Cavalaria de
Guarda, tendo como regente o Subtenente Lazarino.
(Executa-se
o Hino Nacional.)
O SR. PRESIDENTE: Antes de conceder a palavra ao
proponente desta Sessão, o Ver. Antonio Hohlfeldt, queremos, em nome da Casa do
Povo de Porto Alegre, traduzir a expressão de orgulho desta Casa em poder
recepcionar uma das personalidades mais importantes do sul do País,
internacionalmente famoso no campo da indústria.
Esta
Casa tem, ao longo dos seus 227 anos, concedido o título de Cidadão de Porto
Alegre às mais ilustres personalidades dos campos mais diversificados do
conhecimento humano. Por isso, também agora, através da concessão do título que
será outorgado ao capitão de indústria Jorge Gerdau Johannpeter, traduzimos
este momento importante dos 227 anos da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Aqui
não se traduzem importâncias de questões sociais, raciais, ou de qualquer modo;
aqui são homenageados, como disse, desde homens mais simples, que se tenham
destacado em algum campo do conhecimento, até aqueles que são, como é o caso,
economicamente fortes.
Mas,
sem sombra de dúvida, não se pode esmaecer o fato de que recentemente o Brasil
todo se sentiu prestigiado ao ingressarem as Indústrias dirigidas pelo
homenageado na Bolsa de Nova Iorque e terem sido projetadas, através da mídia
internacional, como representantes “de um dos mais importantes setores da
América” - assim foi traduzido por todos os canais de repetição internacional.
Isso significa a projeção da Cidade de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do
Sul além-fronteira e além-mar.
Por
isso, enfatizamos, em nome da Câmara que neste momento presidimos, a honra em
termos o Sr. Jorge Gerdau Johannpeter no rol das personalidades a receberem
esse título que esta Câmara outorgou, por unanimidade, a S. Sª.
Concedemos
a palavra ao proponente desta Sessão, Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Prezado homenageado Jorge Gerdau
Johannpeter e esposa. Permito-me aqui, na impossibilidade de mencionar todas as
dezenas de amigos e conhecidos e pessoas dos mais variados segmentos da Cidade
e de atividades de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul que aqui se encontram
hoje, destacar três mulheres, exatamente por representarem segmentos
diferentes, acho que traduzem a perfeição, o quanto esta Cidade quer lhe
agradecer, e o faz hoje, nesta tarde: a minha querida Antonieta Barone, a minha
sempre querida professora Isolda Paes e a nossa comandante de sempre, Eva
Sopher. Com essas três mulheres, eu quero homenagear todos os que aqui se
encontram na tarde de hoje.
O
Ver. Nereu D’Ávila, na sua fala inicial, quando abria esta Sessão, lembrava
exatamente o lançamento das ações das Empresas Gerdau, em Nova Iorque, e,
certamente, só isso já justificaria a homenagem que tivemos a oportunidade de
ter a iniciativa de apresentar a esta Casa. Empresário bem-sucedido,
descendente de imigrantes alemães que chegaram aqui num difícil momento, que,
eventualmente, nasceu numa outra cidade, num outro estado, mas que teve a sua
formação desenvolvida nesta Cidade de Porto Alegre, no Colégio Farroupilha.
Jorge Gerdau Johannpeter, no entanto, eu acho que merece esta homenagem por
muito mais, e é este muito mais que nós queremos lembrar nesta rápida alocução.
Em primeiro lugar, quero dizer que esta Casa está ligada a Jorge Gerdau
Johannpeter. Na gestão do Ver. Airto Ferronato, é bom lembrar, o Jorge se
dispôs a trazer para esta Casa um de seus maiores sonhos, que é o Projeto do
Controle de Qualidade. O Projeto aqui foi desenvolvido, por uma iniciativa do
Dr. Jorge, com a contribuição de funcionários desta Casa. Portanto, já há uma
relação natural nossa com ele. Quando eu menciono esse Projeto, eu menciono
talvez um dos melhores exemplos do porquê devemos e deveríamos homenageá-lo.
Bem-sucedido, vencedor em todas as áreas onde atua, ele poderia ficar cuidando
de seus interesses, mas preferiu cuidar dos interesses de todos nós, porque ele
entende que o compromisso de um empresário vai bem além de apenas cuidar do
balanço final de sua empresa, da responsabilidade em relação aos seus
funcionários, da produção para atingir determinados resultados, mas que também
se traduz no compromisso do dia-a-dia, com cada cidadão, inclusive com aqueles
que ele não conhece, com quem ele nunca cruzou, mas sobre cujas vidas ele
interfere, a cada minuto, através de todo esse conjunto de trabalho que ele
desenvolve.
Tudo
isso, no entanto, ainda seria óbvio, e eu quero, portanto, destacar, sobretudo,
do cidadão Jorge Gerdau Johannpeter, o aspecto que a mim e aos meus
funcionários, no meu gabinete, nos fez decidir, no ano passado, que esse era o
nosso homenageado. Temos esse hábito de conversar e decidir essas homenagens.
Quando discutíamos nomes, alguém disse que o Jorge tem uma participação
importante em tantas coisas e, muitas vezes, não se fica sabendo. Ele faz
questão do anonimato da sua contribuição, da sua liderança, da sua
participação, do seu auxílio, do seu apoio em tantas coisas, no campo da
cultura deste Estado e de todo o País; o Theatro São Pedro, o MERCOSUL, tantos
outros grandes projetos. E o Jorge não procura pequenos projetos, ele só aceita
grandes projetos. Aquele projeto que é difícil, aquele que é complicado, aquele
de que todo mundo foge, ele aceita, colabora e participa, ele quer ver essas
coisas acontecendo. Foi esse o nosso grande motivo e a oportunidade para dizer
obrigado, porque muitas vezes o nome da empresa não aparece, mas se sabe que o
seu dedo, a sua atenção - não só o patrocínio, não, mas a idéia, a iniciativa,
a sugestão - é que faz com que as coisas dêem certo. A importância desse homem
para todo nós se traduz pela presença de todos vocês. Todos os segmentos da
sociedade do Rio Grande e do Brasil estão aqui, hoje: a Universidade, as
grandes empresas, o setor judiciário, enfim, poderíamos nomear diferentes
segmentos que estão aqui para fazer esta homenagem da qual a Câmara é
intermediária.
Permito-me
lembrar que, há muitos anos, tive a oportunidade, pela primeira vez, de
conhecer de perto, através da escritora Lya Luft, aquele que, para mim, um
adolescente, um guri, um profissional iniciante, já era um pouco mito: Jorge
Gerdau Johannpeter. Como eu relembrava, na Exposição de Motivos que fiz a esta
Casa, a Lya acabava de lançar o seu primeiro romance e o Jorge estava
entusiasmado, gostou do romance da Lya, fez uma janta e eu tive a oportunidade,
como jornalista, de ser convidado. Foi um encontro excelente e, de lá para cá,
tornei-me Vereador, começamos a nos encontrar, no avião, no aeroporto, em
algumas solenidades, e o Jorge me provocava, enviava a mim um bilhetinho, um
pequeno livreto, às vezes um romance para me obrigar a ler e ver se eu vencia a
maratona como ele. Gradualmente, fomos trocando cartas, discutíamos coisas,
assim, por procuração, à distância. Um bilhete aqui, seis meses depois a
resposta, porque é difícil encontrar o Jorge, ele sempre está se deslocando de
um lado para o outro. Mas fomos construindo uma relação que cada vez mais fazia
com que a admiração, o respeito, a compreensão desse desafio a que ele se
propôs na sua vida se colocassem para nós. Relembro essas coisas, Dr. Jorge,
porque o senhor, literalmente, é um cidadão do mundo - cito um lugar comum
obrigatório - e é uma honra para nós, de Porto Alegre, que o senhor tenha
escolhido - talvez em referência e respeito ao seu avô, talvez porque gostou,
de fato, talvez porque a família tenha as raízes aqui - Porto Alegre - como
aquele lugar do repouso do guerreiro. É importante para nós isso. É importante
que em algum lugar do mundo alguém venha dizer: “Ah! O Dr. Jorge, aquele de
Porto Alegre”. Isso a gente não fica sabendo, mas os outros vão ficar sabendo e
o Ver. Nereu D’Ávila dizia isso muito bem, na abertura. Onde o Dr. Jorge for,
Porto Alegre estará indo junto, e esse é outro grande motivo para fazermos uma
homenagem hoje.
Quero
me permitir ler a carta, ou parte da carta que o Dr. Jorge nos enviou como
aquiescência à homenagem. Ele nos dizia: (Lê.)
“É
uma honra ser convidado a receber o título de Cidadão Honorífico de Porto
Alegre, Cidade de um povo que marcou sua presença na história do Brasil pela
sua coragem e espírito de luta. A certeza de que Porto Alegre é uma cidade
próspera, cheia de possibilidades, vem desde a imigração de meu bisavô, João
Gerdau, para o Brasil. Ele desembarcou num lugar inóspito, com léguas de mata
virgem e acreditou na prosperidade do local. Foi, a partir dessa expectativa,
que a Gerdau nasceu em Porto Alegre e hoje consolida, a essas alturas, 97 anos
de atividades no Estado. Na missão do empresário, tenho a satisfação de
auxiliar na construção de um grupo que evolui, em um ambiente com cultura
histórica de qualidade e contínua busca do desenvolvimento da competência no
trabalho.”
Esse
cavalheirismo, essa atenção são as marcas do Dr. Jorge. A gente se encontra com
ele, ele está sempre rindo, está sempre disponível, mas, sobretudo, está sempre
pronto a colaborar com uma idéia, com um gesto, com uma iniciativa, da qual,
imediatamente, se faz simpatizante e partícipe. São esses os motivos, Dr.
Jorge, muito poucos os que nós enumeramos, porque muitos outros existem, mas
são esses os motivos que quisemos trazer aqui, hoje, a esta tribuna para
justificar a homenagem, homenagem que, talvez, não seja desta Cidade, desta
Casa ao senhor; é do senhor a esta Cidade e a esta Casa por aceitar aqui
permanecer, ter decidido aqui continuar. Este cidadão do mundo, para nossa
alegria, a partir de hoje, definitivamente, é também um Cidadão de Porto
Alegre, e isso nos orgulha profundamente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra, pelo
PTB.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu confesso que não sou um profundo
conhecedor de Jorge Gerdau Johannpeter, mas não posso negar que me incluo entre
a legião de admiradores deste homem, nascido no Rio de Janeiro, e que, para a
felicidade de todos nós, gaúchos, resolveu fazer a sua vida aqui no Rio Grande
do Sul.
Ele
é tão importante para a nossa região e para o País que chega a ser
incompreensível o fato de que nenhum Vereador ainda tivesse lembrado de seu
nome para outorgar-lhe dita homenagem, mas acredito que isso se atribua mais à
magnitude do homenageado que, paradoxalmente, atemoriza e encanta os homens
comuns, do que mais propriamente à falta de lembrança. Entre esses homens eu me
incluo, pois, certamente, sentir-me-ia honrado se tivesse sido o autor da
homenagem, embora fique muito feliz em saber que o Vereador que resgata todos
nós dessa omissão é um vitorioso no campo da cultura, é um daqueles que serve
de orgulho para a nossa Câmara, o Ver. Antonio Hohlfeldt, com mais de dezesseis
anos de mandato e um punhado de boas ações em prol da nossa Porto Alegre.
Nascimento,
vida e morte. É todo conhecimento que temos das pessoas, mas acredito que o ser
humano é muito mais do que isso. A parte que desconhecemos é ligada à história
do próprio universo, é patrimônio que pertence à divindade, mas que ousamos,
muitas vezes, perscrutar ou, ao menos, exercitar a nossa mente para uma incursão
imaginária que nos leve ao campo da teoria da vida espiritual e imiscuindo-nos
de modo superficial nos segredos divinos. Todos os homens encerram em si a
sabedoria universal potencializada; cabe a cada um desenvolver-se, do querer,
do desejo, da busca. Algumas pessoas têm esse “querer” tão desenvolvido que as
coloca em destaque diante de todas as outras pessoas. Parecem, na verdade,
semideuses, mas são homens de carne e osso, apenas eles têm uma vontade
superior e, por isso, são donos de um cabedal de conhecimento acima, muito
acima daqueles que estamos acostumados a conhecer.
Nosso
homenageado é um homem assim: fora de série. É um homem sem medo de emitir as
suas idéias e, muito mais do que isso, de colocá-las em prática. Não cabe a mim
falar dos postos que ele ocupa, quer dentro de suas empresas, quer nos outros
tantos organismos de que ele participa no campo da cultura e dos esportes,
principalmente no hipismo.
Eu
prefiro ficar falando apenas no homem, na sua dimensão humana capaz de fazer
todas as conquistas que lhe aprouver, pronto para enfrentar e vencer todos os
obstáculos, disposto a confrontar as suas idéias com as outras, sabedor do
caminho que trilha e confiante no próximo passo que dará. Um exemplo a ser
seguido, uma existência a ser estudada, uma personalidade para ser
reverenciada. Somente alguém com este perfil teria a preocupação de sair à
procura de desenvolver outras grandes personalidades, como é o exemplo que dá
ao patrocinar o “Prêmio Jovem Cientista”, em parceria com o CNPq e a Fundação
Roberto Marinho, ou a organizar o “Prêmio Talentos Empreendedores” em conjunto
com o SEBRAE e a RBS. Mas, tenho certeza, entre as suas grandes vitórias está
inserida a divulgação que dá à obra do pintor Iberê Camargo, editando um livro
com toda a obra deste gênio das artes, lutando agora para a criação de uma
fundação, com a preocupação de manter seu grande acervo. Nós poderíamos listar
um a um os investimentos institucionais deste homem, mas face à brevidade do
tempo, destacamos, além dos já referidos, sua atuação no setor cultural, onde a
Gerdau patrocina a Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro, a Feira do Livro
de Porto Alegre e a Fundação Bienal das Artes Visuais do MERCOSUL. Ainda
colabora, regularmente, com escolas, hospitais, entidades filantrópicas,
culturais e com eventos que promovam o debate sobre a educação e a busca de
caminhos para a evolução do sistema econômico e social do Brasil.
Esta
Casa hoje vive um de seus grandes dias, porque homenageia uma das figuras mais
destacadas dentro da nossa sociedade. Cumprimos com o grande dever que temos,
que é o de bem representar a todos, e não poderia haver ato mais significativo
para simbolizar essa representação do que satisfazer um desejo que é o de cada
um que aqui vive e que está disposto a continuar buscando dias melhores para
nosso Rio Grande do Sul, homenagear Jorge Gerdau Johannpeter. Parabéns. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Este é um momento de muita
importância na vida desta Casa, quando outorgamos ao Sr. Jorge Gerdau
Johannpeter, através de uma iniciativa do Ver. Antonio Hohlfeldt, o Título de
Cidadão de Porto Alegre. Confesso, inicialmente, que sempre o tinha por
porto-alegrense, tal o seu enraizamento, o seu vínculo, a sua presença nesta
Cidade, sob todos os aspectos: seus vínculos afetivos, sentimentais,
profissionais, culturais e esportivos. Nunca me passou que o senhor tivesse
nascido no Rio de Janeiro, embora isso muito nos honre, porque existe uma
integração muito forte entre os cariocas e gaúchos que remonta à Revolução de
30. Nós sempre tivemos um fascínio pelo Rio de Janeiro e os cariocas pelo Rio Grande.
E hoje, de direito, estamos lhe outorgando, em Sessão Solene, a homenagem de
Cidadão de Porto Alegre. Esta Casa, Dr. Jorge, sente-se honrada com a outorga
deste título ao senhor. E eu dizia: “ao sempre porto-alegrense”, porque a sua
história, os seus passos de jovem, de estudante, de empresário acompanham a
história contemporânea. A sua formação secundária deu-se no nosso centenário
Colégio Farroupilha; a sua formação universitária deu-se na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Direito, onde o senhor integra a
Comissão responsável pelas comemorações do centenário daquela Faculdade de
Direito. Estivemos juntos naquela oportunidade do lançamento da campanha, que é
lá da turma de 61, ano referência na história do Rio Grande do Sul, quando o
senhor estava se formando, num conturbado momento da vida nacional, quando o
Rio Grande teve uma marca muito presente. E poderia invocar, aqui, o poeta e
escritor russo: “Canta a tua aldeia e serás universal”, e o senhor mantém esse
vínculo, mantém esse enraizamento, essa presença com a nossa Cidade, isso nos
orgulha. E a sua presença, em todas as áreas, coincide com a importância, para
nós, de tê-lo como empresário largamente homenageado. Este título integrará um
conjunto de títulos que o senhor tem, estaduais, nacionais e internacionais.
Orgulhamo-nos neste momento, de lhe outorgar esse título, e que coincide com o
momento em que o Grupo empresarial que o senhor preside - e isso orgulha a todo
o Rio Grande, ao País - tem as suas ações lançadas na bolsa de Nova Iorque. O
senhor é motivo de orgulho, é a nossa presença, é a história do Rio Grande,
constitui-se na história das nossas raízes aqui forjadas, aqui formadas, Dr.
Jorge, nesse cadinho racial de
negros, de índios, de portugueses, de alemães, de espanhóis, de judeus,
italianos, que constituíram este Estado. E o Senhor é uma expressão disso. É
uma parte dessa história contínua, dessa história que estamos vivenciando.
Eu,
o ano passado, tive a honra de conceder o Título ao advogado do Rio Grande,
está ali, o Dr. Oswaldo de Lia Pires, esta figura símbolo dos advogados do Rio
Grande, coincidentemente, como o Senhor, também, um outro grande esportista.
Há
pouco eu conversava com meus Colegas - a sua presença é tão forte - e as
preocupações dos que vão se sucedendo, no sentido de que já teriam dito tudo
que se poderia dizer, o enfoque dos discursos e das intervenções da tribuna
desta Casa. Mas guardo a tranqüilidade que é tão rica, tão presente a sua
participação em todos os aspectos da vida da nossa Cidade, do nosso Estado, que
eu tenho certeza de que eles vão buscar outros veios, outros pontos para
enfocar, da sua personalidade e desse Grupo que o Senhor expressa.
Cito
aqui outro exemplo, quando da privatização de uma grande empresa gaúcha que
estava patinando, porque faltava aquela garra e aquele investimento, aquele
processo de capitalização. E o temor dos moradores daquela região era de que,
eventualmente, aquela empresa se esvaziasse. Não, hoje, aquela empresa, a Aços
Finos Piratini, sob a sua batuta, sob o seu comando, está lá como orgulho dos
cidadãos daquela região, pelo desenvolvimento e pelo trabalho que o Senhor
realiza.
Podemos
até termos divergências no campo das idéias. Mas tenho certeza, tenho a
convicção de que o nosso espírito público e a nossa preocupação na busca de
soluções para os problemas da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País,
nos identifica e nos une na pluralidade de idéias. Por isso que nós, hoje,
trabalhistas, estamos aqui presentes. Eu, expressando o pensamento da minha Bancada,
do Ver. Nereu D’Ávila, do Ver. João Bosco Vaz, do Ver. Elói Guimarães e, com
certeza, do também sempre Vereador, que hoje está à frente de uma Secretaria de
Estado, o Ver. Pedro Ruas. Eu tenho certeza de que estou expressando esse
sentimento. E é por isso que estamos aqui. Nós não poderíamos deixar de estar
presentes nesta homenagem que Porto Alegre lhe presta neste momento. Parabéns,
Dr. Jorge! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Quero mencionar como extensão da Mesa,
porque é como se na mesa estivessem, as seguintes personalidades: Sra. Maria
Helena Pereira, esposa do nosso homenageado; Sra. Marta Bier Johannpeter, filha
do homenageado; demais familiares do homenageado; diretores e gerentes da
Gerdau, representando a empresa; Sra. Vera D’Ávila, representando a Secretaria
Municipal de Cultura; Sr. Ercy Pereira Torma, representando a Associação
Rio-grandense de Imprensa; Sr. Peter Wilms, Presidente da ADVB/RS; Deputado
Estadual Otomar Vivian; Deputado Estadual Érico Ribeiro; Dr. Alfredo Tellechea,
representando a Cia. de Petróleo Ipiranga; Sr. Zalmir Schwartzmann, Presidente
do SINDUSCON; Sr. Anton Karl Biedermann, Presidente da Pólo Agência de
Desenvolvimento; Sr. Nelson Sirotsky, Presidente do Conselho da RBS; Sr. José
Carlos Hennemann, Pró-Reitor de Graduação, representando a UFRGS; Sr. Carlos
Sperotto, Presidente da FARSUL; Sr. Israel Lapschik, Presidente do Conselho dos
Cidadãos Honorários de Porto Alegre; Sra. Eva Sopher, Presidente da Associação
dos Amigos do Teatro São Pedro; Sr. Aloísio Bohnen, Reitor da Universidade do
Vale dos Sinos; Sr. Helmuth Berndt, representando a Associação Brasileira de
Recursos Humanos-RS; Sr. Carlos Ribeiro, Diretor Administrativo do Correio do
Povo; Sr. Armindo Antônio Ranzolin, Diretor da Rádio Gaúcha; Sr. Plínio Correia
de Oliveira, Vice-Diretor da Faculdade de Direito da UFRGS; demais convidados e
entidades aqui representadas.
O
Ver. João Dib está com a palavra para falar em nome da Bancada do PPB.
O SR. JOÃO DIB: (Saúda os componentes da Mesa.) Caríssimo
homenageado, Jorge Gerdau Johannpeter, em saudando algumas pessoas presentes
neste Plenário, eu abraço todos os seus amigos, em nome da minha Bancada,
formada pelos Vereadores Pedro Américo Leal e João Carlos Nedel. Saúdo Dagoberto
Lima Godoy, Carlos Sperotto, Nelson Sirotsky, Carlos Ribeiro, os deputados do
meu partido Érico Ribeiro e Otomar Vivian, e a nossa querida Eva Sopher. Eu
saudando a estas pessoas, saúdo a todos os seus amigos.
Meu
caro homenageado, digo que quando o Ver. Antonio Hohlfeldt propôs torná-lo
Cidadão de Porto Alegre, eu me surpreendi. Assinei, com imenso prazer, como os
meus colegas de Bancada também o fizeram, mas me surpreendi que alguém que ama
tanto Porto Alegre e ama tanto o Rio Grande não fosse porto-alegrense. E eu
fiquei encantado em saber que nós poderíamos trazer para o nosso seio essa
figura extraordinária, que eu não sei por onde destacar; se é o capitão de
indústria, se é o homem preocupado com a cultura, se é o homem preocupado com o
esporte, se é o homem preocupado com a filantropia. Mas eu posso dizer, com
toda a tranqüilidade, que eu destacaria o homem preocupado com o trabalho,
preocupado com o seu semelhante. E se eu pudesse escolher uma figura para a
campanha que venho promovendo, eu teria escolhido a sua figura. A minha
campanha é “Pense Brasil”. E eu vejo nos seus atos, querido Cidadão de Porto
Alegre, a preocupação constante com o Brasil, que é o nosso País. E isso é
extremamente importante! Hoje, para o nosso Cidadão de Porto Alegre, é, sem
dúvida, mais um dia de homenagem, porque ela já faz parte da sua vida pelo seu
trabalho.
Mas,
este dia de homenagem faz bem para todos nós. E é um dia que na conta de
poupança das nossas emoções se deposita algo de bom. E hoje o Cidadão Jorge
Gerdau Johannpeter está colocando na sua conta de poupança a emoção, a alegria,
a felicidade de receber o título de Cidadão de Porto Alegre.
Sempre
digo, nestas oportunidades, que quem recebe o titulo de Cidadão de Porto Alegre
está, também, recebendo um convite, para V. Sª. não vou dizer, porque o
trabalho faz parte da sua vida. Nós queremos e temos certeza de que continuará
enriquecendo Porto Alegre, o Rio Grande e o Brasil. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Quero registrar algumas mensagens
recebidas por telegrama e por fax ao nosso homenageado, do Ex-Prefeito de Porto
Alegre, Guilherme Socias Vilella; do Sr. Péricles Duque; Grupo Habitasul; Dep. Nelson
Marchezan; Dep. Ciro Simoni. Estas
foram as mensagens recebidas.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Sr. Jorge Gerdau Johannpeter,
nestes fantásticos dias de março, de prenúncio de outono, quando um céu varrido
de nuvens completa o palco iluminado desta tarde, Porto Alegre adota como seu
cidadão uma das mais proeminentes figuras.
Não
é de hoje que o sólido grupo empresarial, presidido por nosso homenageado, tem
a sua sede como um marco em nossa Cidade. Suas raízes sólidas de progresso e
responsabilidade social se esboçam lá no início do século pela saga dos seus
familiares, dos seus antepassados, que desbravaram os caminhos que hoje
norteiam os nossos anseios de crescimento. De uma pequena empresa fez-se, ao
longo dessa era, o milagre da construção do maior grupo empresarial gaúcho.
Nosso! Essa é a grande diferença que se impõe, quando governantes no desempenho
de seus cargos de decisão, imprescindivelmente, devem estabelecer, ao
distinguir os capitais voláteis, eventuais aventureiros, da solidez marmórea de
um parque industrial, feito de trabalho, de ousadia e perseverança, mas também
de grande visão social e, a longo prazo, principalmente e eminentemente, aqui,
pelos seus filhos, na sua aldeia. A Revolução Industrial foi revolucionária,
porque maravilhava aos servos da gleba, que sempre pagaram para trabalhar. O
capitalismo maravilhava pela remuneração do trabalho. Distante da servidão e do
escravismo, a força de trabalho passou a ser paga, a tal ponto que a roda da
macroeconomia disparava, modernizava. Essa modalidade de produção chegou ao
Brasil com mais de duzentos anos de atraso, mesmo assim somos hoje a nona
potência industrial deste pequeno planeta. Não bastassem os sentimentos de
nacionalidade, bandeira, hino, solo, nosso idioma, moeda, é indispensável, além
de tudo isso, a fortaleza do concerto de seus congêneres, feita de produção, de
bem-estar social, de instituições consolidadas e, por fim, de riqueza. E nas
Empresas de V. Sª e sua excelentíssima família, que V. Sª dirige, com tanta
visão, não só no Brasil, mas espalhando-se por este mundo afora, como paradigma
de eficácia, de competidor, de competência, trazendo para nós a riqueza que
humaniza. Nossa soberania deve ser construída, não pela imposição de fora para
dentro, mas pelo estabelecimento, por nós mesmos, de nossas prioridades. O
contrário é pensar colonizadamente, pelos princípios das metrópoles, fossem
elas, Lisboa, Londres ou Washington. Só podemos sair do maldito ciclo vicioso
colonizante, aprisionador, se formos fortes, fortes se nossa fortaleza vier do
desenvolvimento que se dará apenas com o aumento de nossa produtividade,
concedendo-nos, então, poder de barganha, através da modernidade dos grandes
parques empresariais, onde, certamente, pontificam vencedores como o Dr. Jorge
Gerdau Johannpeter e sua grande equipe de trabalho.
Ao
lado da importância do comércio e relações exteriores na complexidade do mundo
de interesses, da diplomacia internacional, voltamo-nos também para os
benefícios internos que nos trazem suas empresas. Seremos com o seu exemplo,
cada vez mais produtores de tecnologias novas, detentores da informação,
aperfeiçoadores do gerenciamento e das relações administrativas e sociais de
ponta que tanta mudança têm ocasionado no mundo empresarial, e que é a sua
paixão. Mas, também, fatores de pleno emprego, contribuindo para extinguir com
o fantasma do desemprego, entendendo-se o pleno emprego como a pedra
fundamental do bem-estar de todos os segmentos sociais, autonomizando e
movimentando a máquina estatal, isto é, gerando impostos e empregos. A cada
emprego criado na linha industrial de frente, teremos um menino de rua a menos;
um chefe de família a promover um sentimento de satisfação por seu País, com a
sua sociedade. A cada nova empresa, que se acrescente outras, médias, pequenas
e microempresas. Essa é a forma de se desenvolver o Estado. Esse, Dr. Jorge, é
o seu dia-a-dia, é o seu ensinamento, e hoje, ao sair desta Casa, depois de
muitos abraços, o senhor sentirá algo muito especial: ao caminhar pelas ruas
desta Cidade, sentirá o abraço do ar de Porto Alegre, que, como disse Mário
Quintana, “este ar que mais parece um olhar”, olhar do seu povo, o carinho de
gente que lhe admira, que hoje se transformam em milhares, e que sempre lhe
abraçarão. E assim como as pedras desta Cidade contam a escolha de sua gente,
hoje a Cidade lhe escolhe como seu filho. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra em nome da Bancada do PMDB.
A SRª CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa.) Inicialmente gostaria de registrar que falo em nome da
Bancada do PMDB, composta por mim e pelo Ver. Fernando Záchia, que,
seguramente, usaria com mais brilhantismo e competência esse tempo, mas usei da
minha prerrogativa de Líder para poder falar, nesta tarde, prestando esta
homenagem que, para todos nós, tem um significado especial. Parabenizo a
iniciativa do Ver. Antonio Hohlfeldt pela homenagem ao empresário, ao
apreciador das artes, das ciências, das causas humanas, Jorge Gerdau
Johannpeter. A decisão do Vereador possibilitou à Câmara Municipal de Porto
Alegre dar, por unanimidade, ao mais carioca dos gaúchos, o título honorífico
de Cidadão de Porto Alegre. Normalmente, nesses atos de homenagens, é mais ou
menos uma norma instituída pela força do hábito que as Bancadas, através dos
seus Líderes, tracem o perfil dos homenageados, falando do seu prestígio, do
seu sucesso, dos seus prêmios anteriores, e do orgulho que sentimos em termos
partilhado dessa decisão.
Fiquei
imaginando que, falando após tantos Vereadores, em meio a um Plenário repleto
de seus familiares, amigos, e de gaúchas e gaúchos tão bem informados, não
teria nada a acrescentar sobre sua vida pública, e que, talvez, se eu viesse a
falar aqui da sua responsabilidade como empresa que responde por 11% da
produção brasileira de aço bruto, a importância das pesquisas tecnológicas e
científicas desenvolvidas com o apoio da Gerdau, viesse colocar aqui a
importância que todos nós damos ao prêmio Jovens Cientistas, a sua parceria na
organização do Prêmio de Jovens Talentos, talvez, viesse repetir os discursos
de meus colegas anteriores e de um tema tão conhecido por vocês todos.
Portanto, não vou repetir, mas quero dizer, apenas, que relendo o texto da
justificativa do Projeto do Vereador e escritor Antonio Hohlfeldt, compreendi
melhor uma coisa que me intrigava desde a primeira vez, há muitos anos, quando
conhecia muito pouco o Rio Grande, tinha uma primeira imagem, desde a primeira
vez que o vi, dando uma entrevista na televisão. Ficava imaginando como o
Senhor podia, tratando de um tema tão árido, tratando da questão do aço, o mais
árido, talvez, dos metais, o Senhor pudesse conservar essa imagem tão plácida.
Acredito que descobri, talvez, a causa desse componente de sua personalidade no
texto do Ver. Antonio Hohlfeldt. Ele falava que a sua relação com essas outras
áreas não eram formais, elas eram uma relação extremamente próxima e, portanto,
concluí que havia de ser uma relação de amor com a cultura, com a arte e com a
luta pelo desenvolvimento humano. Fiz uma vinculação desse seu desempenho com
uma tese desenvolvida tão bem pelo sociólogo italiano Domênico De Masi, que
defende que um sucesso não depende apenas da atuação do trabalho, mas da
capacidade de ocupação das pessoas no seu espaço livre. Eu acredito que quem
tem a possibilidade de aplicar parte da sua vida em temas tão fundamentais, em
valores que, seguramente, serão ainda mais fortes no próximo século, teria que
ter, entre todos os empresários deste Estado que fazem sucesso, mais sucesso.
Acredito que o Senhor incorpora um elemento novo nessa tese. É que nessa
ocupação do seu espaço, trabalhando com a arte, com a cultura, o Senhor
preserva um elemento fundamental, que é a sensibilidade, em todas as relações,
daí, talvez, um elemento que traz essa extrema admiração que todos os gaúchos
têm pelo senhor.
Lendo
sua história, fiquei imaginando quantas vezes o senhor orgulhou o Rio Grande
com os prêmios nacionais, com a sua atuação internacional.
Resolvi
fazer aqui uma pequena confidência de um único contato pessoal que tive com o
senhor. Eu estava na FIESP, numa sessão conjunta, presidida pela Confederação
das Mulheres do Brasil e pelo Presidente da FIESP, hoje o Deputado Federal
Moreira Ferreira, em homenagem às mulheres, onde a Maria Helena era uma das
homenageadas. Naquele dia, as páginas de todos os jornais gaúchos e de grande
parte da imprensa nacional noticiavam a implantação da laminadora, em Santa
Rita. Eu acompanhava este fato, não apenas pelo desenvolvimento econômico e
industrial que isso traria para a região, mas porque me chamava a atenção a
alegria dos rostos das pessoas naqueles atos de implantação. No meio de tudo
aquilo, na reunião na FIESP, - uma reunião pequena, mas para nós, mulheres,
muito importante, - entrou na sala, com a maior tranqüilidade, como se tivesse
todo o tempo disponível do mundo, o empresário que estava na pauta de todos os
jornais. Depois, conversando com o Diretor da FIESP, ele me disse que os
gaúchos deviam fazer um novo agradecimento a Johannpeter, porque ele melhorou
muito a imagem dos gaúchos, em São Paulo, que, por causa do preconceito dos
gaúchos, acham sempre que os gaúchos são machistas. O senhor também, sem querer,
ajudou a reconstruir essa imagem no Brasil. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Quero registrar a presença de alguns
Vereadores que não usarão a tribuna, mas que estão presentes, prestigiando o
ato solene: Ver. Pedro Américo Leal, Ver. Fernando Záchia, Vera. Sônia Santos,
Ver. Gilberto Batista, Ver. Paulo Brum e os sempre Vereadores Artur Zanella e
Paulo Sant’Ana.
O
Ver. Hélio Corbellini está com a palavra em nome do seu Partido, o PSB.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: (Saúda os integrantes da Mesa.) Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, senhoras e senhores. Sr. Jorge Gerdau Johannpeter,
os mais íntimos, os amigos que mais o conhecem, irão cantar os seus sucessos,
as suas vitórias e tudo aquilo que tem Vossa Senhoria, com o grupo que dirige,
alcançado de benefícios à nossa Cidade e ao nosso País. Nós queremos destacar
uma dimensão que para nós, do Partido Socialista, em nome de quem falo,
juntamente com o Vereador Carlos Alberto Garcia, nosso Líder, quando jovens,
quando ouvíamos a palavra Gerdau, nós a ligávamos a ferro de construção. Mas
hoje, quando se houve a palavra Gerdau, entra, no interior da gente, um
sentimento de orgulho e de modernidade. Mas não a modernidade da fria máquina
importada com alta tecnologia, não essa modernidade, mais do que isso, de um
grupo que teve e tem a sensibilidade de que a soberania e a independência
nacional dependem muito de como nós vamos nos inserir nesse processo de
globalização do mundo. É uma questão que nós, que somos do Partido Socialista,
nesse campo a que o meu Partido pertence, não conseguimos trabalhar bem. A sua
visão, a visão do seu grupo, mostra, e é aquilo que nós acreditamos, que se nós
não soubermos nos inserir neste processo, muito mais difícil vai ser a nossa
autonomia e a nossa independência. Por quê? Porque em todo esse processo são
muito mais cantados os aspectos negativos, e um dos aspectos negativos é de que
a celeridade do avanço da ciência e da tecnologia é maior do que o dos governos
e os governos, às vezes - quase todos eles - se tornam incapazes de se
atualizar, o que gera, então, uma massa de desempregados. E, vejam, a
tecnologia gera uma massa de desempregados porque as pessoas não se adaptam aos
novos cargos que essa globalização traz. Mas, aí, entra o sentimento do Grupo
naquilo que nós chamamos de responsabilidade social, que é a nova dimensão da
empresa no mundo, que o senhor resgatou, nos trouxe, nos ensina e esperamos que
mais empresas observem: o investimento na ciência, o investimento na
tecnologia, o investimento na cultura, o investimento no jovem que quer se
iniciar, que é fundamental, e muito pouco em nosso País é investido nesta área.
E só investindo nessa área nós vamos poder comandar esse processo. Vejam os
senhores que no mundo, nas economias mais avançadas, a responsabilidade social
já é um item consagrado, faz parte até de lei. As empresas americanas investem,
anualmente, 120 bilhões nessa área, porque não é só a qualidade do produto ou a
qualidade do trabalho: hoje, para o empresário, é necessário também que sua
imagem esteja muito linkada com
aquilo que ela representa para a comunidade. Grupo Gerdau: quase 500 milhões de
contribuição como impostos, ou na área social; 12 mil empregos diretos; não sei
quantos mil - 50, 40, não tenho esse dado - empregos indiretos, milhares de
famílias que são alimentadas. Mas liderado por quem? Por um liberal, um liberal
convicto, um liberal que marca a sua presença no campo das idéias, no campo do
desenvolvimento das teorias, que hoje tanto se disputa na nossa sociedade. Eu
queria, sem cometer nenhuma heresia, como membro do Partido Socialista
Brasileiro, dizer que, em algum ponto, pelo menos, nós temos uma identidade. A
identidade de, não só na certeza de que o senhor quer, de que o seu Grupo e
seus técnicos querem um estado de bem-estar social mais marcante, mas também na
certeza da defesa daquilo que nós consideramos como um valor universal, que é a
democracia, e o senhor também a defende. Nós nos identificamos com isso. No
resto, do socialismo com liberdade - e ele não existe sem a liberdade - nós
ainda avançaremos nesta sociedade com empresas fortes, que disputam o mercado
mundializado, que formam a sua comunidade, que reinvestem ali, assumindo,
então, a nova dimensão do Terceiro Milênio, que é a empresa que produz com
responsabilidade social. Muito obrigado por aqui estar, é um orgulho para nós,
do Partido Socialista Brasileiro, abraçá-lo agora. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra, pela Bancada do Partido da Frente Liberal.
O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) É evidente, numa festa dessa magnitude, sendo homenageado, como
está sendo, pelo Legislativo da Cidade, alguém da dimensão de Jorge
Johannpeter, que nós tivéssemos, como efetivamente tivemos, no dia de hoje,
esse desfilar de pronunciamentos, em que todas as tendências da Casa,
socialistas, progressistas, trabalhistas, sociais-democratas, se manifestaram,
enaltecendo o perfil gigantesco desse gigante da vida sócio-econômica do
Estado. Os liberais que nós, eu e o Ver. Gilberto Batista, representamos na
Casa, não poderiam se omitir nesta hora. Em que pese as naturais dificuldades
que surgiriam pelas circunstâncias de que somos o nono orador a nos manifestar
nesta ocasião, e que por mais talento que pudéssemos ter - e não os temos -,
dificilmente poderíamos superar o brilho dos pronunciamentos anteriores que
enfocaram, sob óticas diversas e sob ângulos diferentes, todo o conjunto da
personalidade marcante do Dr. Jorge Gerdau Johannpeter, que muito justamente,
por unanimidade, foi escolhido Cidadão Honorário de Porto Alegre, mercê de um
Projeto de iniciativa do Ver. Antonio Hohlfeldt, do qual, como Líder,
partilhamos e que mereceu a chancela da totalidade do Legislativo da Cidade.
Seguramente,
o dia de hoje é um dia muito especial para Porto Alegre e é muito especial para
esta Câmara Municipal. Aqui acorrem, no dia de hoje, figuras das mais
representativas de todos os campos das atividades econômicas, sociais e políticas,
desde aquelas já referidas até outras, a que me cabe um dever pessoal
referi-las, até por liames de relação pessoal que me vinculam, por exemplo, a
Frederico Johannpeter, meu parceiro de jornada nos nossos idos tempos do Clube
da Lanterna, na nossa sempre viva Juventude da União Democrática Nacional. Se o
“Fritz” me traz esta lembrança, certamente a presença do Sperotto, do Dr.
Biedermann, e de outros líderes que hoje marcam a atividade comunitária no Rio
Grande do Sul, nos enseja a fazer uma colocação que, inevitavelmente, teria que
ser feita. Não me socorri, como antigamente fazia, do meu querido amigo
Francisco Paulo Sant’Ana, que nesta hora haveria de me socorrer, porque,
certamente, o homem é o ser e as suas circunstâncias, conforme Ortega y Gasset,
a minha circunstância momentânea é da mais absoluta perplexidade, dada à
exaustão do assunto, diante de um homem das qualidades pessoais, que é este a
quem Porto Alegre tributa a homenagem justa no dia de hoje. Conforta-me a idéia
de que, por maior que seja a perfeição, por mais que o Ver. Antonio Hohlfeldt
tivesse compilado, com a maestria que lhe é peculiar, dados informativos acerca
da figura daquele que ele pretendia e efetivamente colocou para a Casa, na
oportunidade de fazê-lo cidadão desta Cidade, alguma coisa haveria de escapar,
alguma coisa deveria não ser gizada de forma absoluta. É lógico que o Ver.
Antonio Hohlfeldt e todos outros gizaram com absoluta competência as qualidades
de homem de negócios, de grande empresário, de homem de idéias, de líder, de
vencedor que Jorge Johannpeter consegue englobar. É evidente que não faltou
sensibilidade aos Vereadores para lembrar que ao lado do grande empresário
temos um homem que incentiva as artes, a cultura, um verdadeiro mecenas das
letras e das artes no Estado do Rio Grande do Sul. É óbvio que ninguém haveria
de desconhecer o quanto tem contribuído para o esporte do Rio Grande do Sul
este aficionado pelo hipismo, este campeão do hipismo, este impulsionador de
competições internacionais aqui no Estado, não só no hipismo, como no tênis.
Mas, faltaria alguma coisa. Certamente, Sant’Ana, faltaria alguma coisa.
Levantada a sensibilidade, a inteligência, a competência, a argúcia, a
tenacidade, faltaria alguma coisa. E quando me dirijo ao Paulo Sant’Ana todos imaginam
que faltaria a emoção. E nada diz mais respeito às emoções de gaúchos, de
porto-alegrenses de que a pequena omissão do Ver. Antonio Hohlfeldt, que deixou
de elencar alguma coisa que para o Vice-Prefeito, José Fortunati, para o
Secretário de Obras do Estado, Pedro Ruas, para o Desembargador Alfredo
Guilherme Englert, e para todos nós, Paulo Sant’Ana, que temos um coração
tricolor, é uma referência e uma qualidade muito especial. Deixou de se colocar
uma condição que consagra um esportista, que apesar de ser um talentoso líder
empresarial, um competente condutor de suas empresas, um homem aberto para a
comunidade, comprometido com a qualidade total, incentivador de novos talentos,
consagrado praticante de um esporte onde o sincretismo, a regularidade e a
concentração são exigidos, esse grande incentivador das artes e da cultura do
Estado, soçobrou para a emoção. Isto porque aceitou nos honrar e partilhar do
Conselho Deliberativo do Grêmio Foot-Ball Porto- Alegrense, onde temos assento
em conjunto, para satisfação da família tricolor e até para desagrado de alguns
outros, como esse cidadão maravilhoso que nos honra com a sua presença, que é
Oswaldo de Lia Pires, nosso decantado homem das artes jurídicas deste Estado,
que professa, na sua emoção, um segmento esportivo com uma coloração clubística
diferente daquela de Jorge Gerdau Johannpeter.
Ninguém
se completaria no Rio Grande, ninguém poderia ser Cidadão de Porto Alegre se
não tivesse sucumbido à emoção. Alegria para nós, tricolores, que Jorge Gerdau
Johannpeter sucumbiu para o nosso lado. E certamente o fez porque, nesse
cadinho de qualidades pessoais que envolve a pessoa do novo Cidadão de Porto
Alegre, deste homem que, a partir de agora, enobrece a nossa já enobrecida
relação de ilustres Cidadãos da Cidade, a emoção também tinha de estar
presente. E não há emoção no gaúcho, não há emoção no porto-alegrense se nós
não formos tocados por aquilo que diz respeito ao homem comum, ao grande
empresário, ao grande condutor, mas que diz respeito a todos; todos nós temos
nossas paixões, e é exatamente na paixão pelo trabalho, pelo sucesso, pela
liberdade, pelo desenvolvimento desse Estado que Jorge Gerdau Johannpeter teve
emulações para crescer e, crescendo, se tornar digno da nossa homenagem. E como
todas as paixões têm aquele momento em que a emoção se sobrepõe a qualquer
detalhamento da razão, assinalei a sua pequena omissão, Ver. Antonio Hohlfeldt,
que provavelmente deva ser comprometida, por não querer confirmar uma realidade
que todos nós já conhecíamos.
Muito
obrigado a todos. A presença dos ilustres convidados que aqui compareceram
quase me determinaria uma omissão a que não me perdoaria, aqui deveria estar
conosco o Presidente do nosso Partido, seu amigo Deputado Germano Bonow, que
ausente por outro compromissos, aqui se faz representar por seus assessores
Carlos Pigatto e Regina Paiva, meus companheiros de jornada, como nós, liberais
do Rio Grande, com muito orgulho o aplaudimos por ser um vitorioso, um homem
afirmativo, que, somando qualidades as mais diversificadas, estruturou-se de
tal sorte de merecer, como efetivamente mereceu esta homenagem justa da Cidade
de Porto Alegre que consagra, definitivamente: Jorge Gerdau Johannpeter,
Cidadão de Porto Alegre, para nosso orgulho. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Chegamos ao momento mais alto desta
solenidade, que é a entrega da medalha e do título de Cidadão Emérito da Cidade
de Porto Alegre.
Convidamos
a Sra. Maria Helena, esposa do homenageado, para, juntamente com o
Vice-Prefeito José Fortunati, fazer a entrega da medalha e do diploma ao nosso
homenageado Jorge Gerdau Johannpeter.
(É
feita a entrega da Medalha da Cidade de Porto Alegre.)
Convido
o Ver. Antonio Hohlfeldt, autor da proposição, para fazer a entrega do diploma
ao homenageado.
(É
feita a entrega do Título de Cidadão Honorário da Cidade de Porto Alegre ao Sr.
Jorge Gerdau Johannpeter.)
Concedo
a palavra ao homenageado, Sr. Jorge Gerdau Johannpeter, já como Cidadão de
Porto Alegre.
O SR. JORGE GERDAU JOHANNPETER: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Vejo aqui amigos de toda a natureza, porque, no fundo, são amigos
com os quais fomos parceiros de várias lutas em prol do desenvolvimento da
nossa Cidade, do nosso Estado. Quero fazer uma referência toda especial aos
Srs. Vereadores que me antecederam, Antonio Hohlfeldt, Luiz Braz, Isaac
Ainhorn, João Dib, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Hélio Corbellini e
Reginaldo Pujol. Esses Vereadores, acredito eu, foram extremamente brilhantes e
enriqueceram esta tarde, com várias análises, que me deram uma satisfação
enorme. Não vou fazer referências individuais, ficaria difícil, mas cada um deu
a sua contribuição, procurando, com muita generosidade, indiscutivelmente,
caracterizar um pouco o meu perfil. Ao meu amigo, Ver. Antonio Hohlfeldt, cabe
um agradecimento todo especial, porque aquilo que disse, nós realmente criamos
um respeito, uma relação de amizade e justamente, dentro dessa riqueza,
tentamos criar um intercâmbio até de troca de idéias ou de enriquecimento
recíproco e intelectual, que tanto nos ajuda no nosso crescimento. Eu tenho um
profundo reconhecimento e agradecimento à sua amizade, e jamais poderia esperar
receber tamanha homenagem, com sua proposição. Muito obrigado.
É
uma coincidência enorme e, talvez, uma felicidade, porque eu nasci no Rio de
Janeiro, por uma viagem profissional de meus pais e, em conseqüência, tenho
essa possibilidade de ser homenageado aqui, pela nossa Câmara de Vereadores. É
um fato ímpar, porque talvez tenha poucos porto-alegrenses ou gaúchos mais do
que eu o sou, pelo fato de ter nascido, em conseqüência de uma viagem
profissional dos meus pais, estou hoje, tendo a oportunidade de ser homenageado
por esta Casa, pela Câmara Municipal e pelos meus amigos. É verdade que somos a
quarta geração, foi o meu bisavô que imigrou, em 1870, entrando pelo Rio Grande
até Agudos; trabalhou na colônia, iniciou-se como comerciante com sua pequena
empresa. E em 1901, fundou o Grupo Gerdau, com seu filho, Hugo Gerdau, depois
de passar por Cachoeira, veio a Porto Alegre. Essa conjugação deu essa
possibilidade extraordinária; e minha bisavó dizia: “temos que ir a Porto
Alegre, porque quero educar meus filhos, fazê-los crescer num centro maior do
que seria Agudos”. Mas, na realidade, esta homenagem - se eu a recebo - não sou
eu quem tenho que recebê-la, pois, no fundo, quem deve recebê-la é a nossa
família, meus pais, e principalmente, meus irmãos. Tudo isso, que os senhores
disseram, no fundo, é fruto de um trabalho, de um pensamento, de uma educação,
de uma cultura que recebemos -, graças a Deus, com os quatro irmãos reunidos
com o profissionalismo que significa o Grupo Gerdau e com nossa capacidade de
trabalho - da nossa educação, da nossa formação. Então, a homenagem que
recebemos, na realidade, é uma homenagem a toda essa família que realmente está
tentando construir, participar do desenvolvimento do nosso Estado, da nossa
Porto Alegre e do Brasil. Também tenho uma recordação a mencionar, o meu pai em
1977 recebeu a Medalha, da Cidade de Porto Alegre, o que caracteriza também o
vínculo desse Poder com a nossa família. Mas talvez um dos pontos que cabe
mencionar que o nosso vínculo aqui com Porto Alegre seja maior do que os
senhores possam imaginar, porque a minha mãe é Bins Gerdau, e o meu tio-avô,
Alberto Bins, prefeito de Porto Alegre, faz com que o meu vínculo com Porto
Alegre ainda tenha até algum vínculo de natureza política. E tenho muito
orgulho porque, por ocasião do centenário da Revolução Farroupilha, ele teve
oportunidade de criar, para aquela época, a maior área verde de Porto Alegre,
que é o Parque da Redenção. Assim que estou adicionando alguma coisa que os
Srs. Vereadores não conseguiram descobrir! Até falava com minha mãe, nesses
dias, que me contasse um pouco da vida política de que ela conseguiu participar
com a figura de Alberto Bins, Vila Cristófel e assim por diante.
Um
ponto interessante que a minha vida pessoal e a minha vida profissional tem me
levado é ao profundo conflito que vivemos neste momento, por quê? Porque a
realidade da globalização, do desenvolvimento do mundo, nos leva fatalmente ao
conceito da aldeia global, que nos leva, de repente, a tentar ser cidadão do
mundo, e uma empresa como a nossa tem essa preocupação de ter uma formação, uma
mentalidade dentro dos desafios que a globalização nos exige, que a
internacionalização nos exige, é o conceito muito claro de que temos que
desenvolver a nossa capacidade de viver a aldeia global, mas, ao mesmo tempo,
eu percebo também em outras figuras que vivem neste mundo internacionalizado,
surge cada vez mais a necessidade do meu vínculo com a minha comunidade local e
fortalecer cada vez mais as minhas raízes. Talvez eu tenha dificuldade de
perceber a importância que isso significa porque eu vivo permanentemente nesse conflito;
de um lado eu tenho que me tornar mais capaz com todos os meus colaboradores,
com todos os meus operários, com toda a comunidade Gerdau envolvida, eu tenho
que batalhar para que sejamos competitivos internacionalmente, por outro lado o
conflito que tenho de ter as raízes mais fortes até para obter a força para
enfrentar esse desafio. O que é a globalização? No fundo a globalização
significa a ampliação do mercado para todos, a transferência absolutamente
aberta da tecnologia, das quais eu acho que hoje a Informática e a Internet é o
maior símbolo, todos se comunicam com todo o mundo, o contraste dos processos
históricos, das economias fechadas e protegidas. Realmente vivemos num mundo de
abertura total dos mercados e de competitividade igual. Já que foi mencionado o
assunto da participação do Grupo Gerdau na Bolsa de Nova Iorque, Ricardo Grass,
Presidente da Bolsa de Nova Iorque falou uma frase interessante, que “levou 100
anos -”e a bolsa de Nova Iorque está fazendo 100 anos, o nosso Grupo vai fazer
100 anos em 2001 - para que o Rio Hudson e o Rio Grande conseguissem se
encontrar”. É extremamente interessante, ele não falou no Rio Guaíba, falou em
Rio Grande por causa do Rio Grande do Sul; teve a percepção. O importante é que
nesse discurso, que foi um momento importante para nós, justamente nessa
conquista, essa visão de integração - lá do Rio Grande começa a se integrar
dentro do mundo. É verdade que temos que reconhecer que esse conflito do
desafio da globalização, quem é o grande beneficiário? São os componentes do
mercado que são os consumidores. Todos somos consumidores. Talvez, 20, 25%, hoje, sejam produtores.
O impacto desses consumidores para os 25%, aos quais eu pertenço,
indiscutivelmente, é um impacto tremendamente difícil. Mas, a realidade está aí
e só temos uma opção: capacitarmo-nos para essa realidade, porque há dois
caminhos: ou eu acompanho a evolução, goste ou não goste, ou tenho a opção de
me fechar totalmente, que são, talvez, poucos modelos que ainda existem no
mundo, tipo o de Cuba ou algo parecido. Então, só tem uma opção: me capacitar
para essa opção, que é a visão mundial do mercado e que no fundo é a soma das
vontades individuais. Cada um de nós é um pedaço do mercado. Não falamos de
mercado abstrato, é mercado “pessoas”. A vontade individual é que forma esse
processo, que no fundo, é a democratização total da vontade do consumidor.
Retornando, um pouco sobre o conflito de aldeia global e a comunidade local,
não poderia deixar de transmitir aos Senhores, profundamente dentro dessa visão
holística, tão bem descrita por Kappra, o que é importante para nós como
pessoa? A nossa preocupação é pertencer. Quem não tiver o sentimento de
pertencer, está perdido. No fundo, a grande preocupação nossa é saber: eu
pertenço ou não pertenço? O desafio: tenho que pertencer à aldeia global, mas
tenho que pertencer a minha comunidade local. Essa percepção da visão holística
das coisas, no meu entender, é que realmente está na construção da verdadeira
modernidade. Por quê? Porque o micro está contido no macro, assim como o macro
está contido no micro. Essa percepção universal é extremamente importante e que
alguns do Vereadores, de formas diferentes, me deram indicação dessa
preocupação tão importante. No fundo, vem da preocupação com a educação dos
nossos pais e que nós irmãos absorvemos, ter certeza de que nós pertencemos à
paróquia e nós procuramos participar de seu desenvolvimento: ter raízes
fortemente vinculadas, porque tenho que participar do crescimento, do
desenvolvimento da minha comunidade local.
Eu
poderia usar argumentos de natureza técnico-científicos de que hoje isso é
estudado no mundo na função de como as empresas podem construir a sua
perpetuidade. Hoje, é muito claro, dentro do Programa Gaúcho de Qualidade, eu
procuro vender essas idéias aos que participam, de que temos sempre quatro
públicos a atender: em primeiro lugar, o cliente que sustenta o processo; em
segundo lugar, atender a minha comunidade interna, os meus colaboradores, meus
empregados; em terceiro lugar, atender os meus investidores, acionistas que
acreditaram em nós ou os financiadores, que tenho que desenvolver uma relação
de confiança com esse pessoal; e em quarto lugar, preciso ter uma relação de
satisfação com a minha comunidade. Então, aquilo que historicamente fazemos
emocionalmente, cientificamente, hoje, está absolutamente definido. Eu diria
que quem não souber atender os quatro públicos pode estar certo de que não irá
construir a empresa com o objetivo da perpetuidade.
Conseqüentemente,
e aqui talvez seja o ponto mais importante e que já foi dito aos que me
antecederam, eu tenho uma visão muito clara que nós temos tentado cumprir a
nossa obrigação empresarial: produzir produtos competitivos, com qualidade,
atender nossos clientes. Nossa obrigação com os acionistas, inclusive, chegando
em Nova Iorque, criando a liquidez importante. A nossa preocupação com a
comunidade interna, acho que é importante, temos um índice de pesquisa de
satisfação extremamente elevados, um dos melhores do Brasil. Investimos na
capacitação, porque o sucesso da empresa está na capacidade de nossos
colaboradores, investimos mais de 100 horas por ano com os nossos colaboradores
em capacitação permanente, em todos os níveis.
Mas,
realmente, o compromisso maior - acho que cabe ressaltar, até para que se crie
uma consciência muito clara -, é o nosso vínculo com a comunidade. Pensando
nisso, analisando um pouco, face a esta homenagem a que tanto agradeço, eu
diria o seguinte: Quais são os meus compromissos? Eu disse que eu trabalho, ou
nós trabalhamos em três áreas que são: a cultura, esporte e o social.
Interessante que esse fanatismo de buscar qualidade, de buscar o “best
marketing”, de buscar em nível internacional nos persegue. No esporte, nós
conseguimos construir, após trinta anos, e este ano é o trigésimo primeiro
concurso internacional, na Cidade de Porto Alegre, o maior evento hípico da
América Latina. São trinta anos e aqui existem amigos meus que participaram, há
trinta anos, do primeiro evento. Fomos construindo ano a ano, dizendo sempre que
nós vamos construir o melhor evento. Eu participei jovem nesse processo. Fui
construindo junto com os meus companheiros.
Temos
um outro evento de que a Gerdau participa, que é Copa Gerdau de Tênis que está
se realizando esta semana aqui no Leopoldina Juvenil, que é o maior evento de
tênis para jovens. Um evento construído, também, por anos consecutivos.
No
campo cultural existem vários eventos dos quais participamos, como a Feira do
Livro, Orquestra Sinfônica - OSPA. Hoje temos desafios importantes como a
Fundação Iberê Camargo, que é um artista que realmente colocou o Rio Grande do
Sul em patamar internacional. Nós temos um patrimônio e temos responsabilidade,
porque tenho certeza de que Iberê Camargo deverá ser um dos poucos artistas
rio-grandenses que daqui a cem ou duzentos anos vai permanecer com uma imagem
de grande artista do nosso Estado. Portanto, temos esse patrimônio para
preservar. Me envolvi profundamente com a Primeira Bienal que talvez tenha sido
o maior evento que se realizou no campo da cultura na América Latina, dando
essa dimensão latino-americana na busca para que Porto Alegre venha a se tornar
a capital do MERCOSUL, não só no campo econômico, mas, também, no cultural. O
evento foi essencialmente patrocinado pelo Governo do Estado mas o grande
beneficiário foi a nossa Porto Alegre. Esperamos que consigamos realizar as
outras bienais. As responsabilidades estão passadas a novos gestores e
acreditamos que com o esforço conjugado da comunidade, com os Governos Estadual
e Municipal se consiga repetir o evento.
Eu
poderia me estender horas, porque acredito nisso, mas vou me permitir uma frase
para dizer que isso é importante. O último estágio máximo do desenvolvimento
econômico só vem quando as pessoas desenvolvem plena capacidade de sensibilidade.
E, através do designer moderno, da cultura e da sensibilidade é que poderá se
produzir produtos que atinjam patamares superiores, e só pelo desenvolvimento
cultural da comunidade é que se vai poder atingir esse movimento. Entrando na
parte social, eu poderia listar aí várias coisas, mas eu faço questão de
mencionar alguns Projetos, até para aproveitar a oportunidade para tirar uma
consciência da importância deles. E se nós também recebemos os primeiros atos
sociais de que eu pude participar, faz praticamente 40 anos, em que eu via o
meu pai encerrando o balanço final do ano, eu disse: “Graças a Deus”,
conseguimos realizar um exercício bom, então, vamos trazer mais uma vez um
cheque para a nossa Santa Casa. Eu, pessoalmente, jovem ainda, nós tivemos esse
aprendizado, o Frederico está aí junto, e sabe o que significa esse patrimônio
cultural. Mas hoje, nós participamos em algumas coisas extremamente
importantes, seja na formação e apoio que damos ao IEE, ao IL, com a criação do
Fórum Liberdade que é talvez um dos eventos mais importantes no debate de
idéias que nós temos, a participação nossa no programa Gaúcha Gerenciamento da
Qualidade, e é tremendamente importante e acreditamos nós, hoje, com as 800 mil
pessoas, com as pequenas empresas que estão participando nesse processo, com 58
comitês espalhados no Rio Grande do Sul, nós devemos ter um processo importante
de desenvolvimento. Outros projetos como já foram mencionados, “Talentos
Empreendedores”, “Jovem Cientista”, temos talvez um dos projetos de maior
entusiasmo que eu tenho, que é o “Júnior Ativo” que hoje já forma no Rio Grande
do Sul, 50 mil jovens, que estão sendo capacitados para se tornarem empresários
ou pelo menos despertar para não serem dependentes do Estado, mas serem
cidadãos autônomos e competentes, e tem o Projeto que a minha esposa, Maria
Helena, preside que é o dos “Parceiros Voluntários” que hoje é um Projeto
tremendamente importante, porque desenvolve a cultura do voluntariado tão
importante. Porque, realmente, é através do trabalho do voluntariado que se
pode fazer um crescimento, um desenvolvimento econômico, mais rápido,
inteligentemente porque é com o mínimo de dinheiro que se faz essencialmente a
transferência do conhecimento ou da disponibilidade que as pessoas têm para o
processo de desenvolvimento.
Mas
tudo isso é tremendamente importante, eu vou talvez de uma forma, não sei,
fazer aqui uma proposta agora, sobre a minha preocupação em relação à cidade de
Porto Alegre. Porto Alegre tem feito investimento importante no campo das
necessidades sociais, tem feito investimentos básicos, tem conseguido investir
principalmente na periferia, atendendo às necessidades da nossa população mais
pobre. Mas se nós queremos ser a Capital do MERCOSUL, eu acho que nós temos que
enfrentar um novo desafio, e esse desafio não é da Prefeitura, não é da Câmara
de Vereadores, não é da comunidade ou dos empresários, é de todos nós. Se eu
olhar outras grandes cidades do mundo, tomaria como exemplo Paris, que teve
capacidade de contratar o Hausmann, descendente alemão, que revolucionou a
cidade numa concepção urbanística absolutamente ímpar. Se olharmos Buenos
Aires, saberemos o que é um projeto urbanístico em outras dimensões. Se
queremos ser a Capital do MERCOSUL, devemos pensar em dimensões maiores, sem
pensar talvez numa cidade como Barcelona, como ela se redimensionou para as
Olimpíadas. Eu estou dando apenas alguns exemplos mais próximos, mas a verdade
é a seguinte: eu sonho com uma Porto Alegre diferenciada e esse desafio nós
temos perante nossos herdeiros. Eu não quero enfrentar meus filhos e meus netos
dizendo-me: “Mas vocês não tiveram a visão de enxergar que isso aqui poderia
ser a Capital real do MERCOSUL” e de que nós estivemos omissos. O desafio está
aí, nós temos que buscar o que há de melhor no mundo, só pensando grande é que
venceremos. O meu desafio aos senhores é dizer: vamos construir, podemos levar
vinte anos, vamos praticar o primeiro passo, porque os grandes projetos só se
realizam acreditando, dando o primeiro passo. Eu não me preocupo que leve 20 ou
30 anos, mas é preciso trabalhar com dimensões grandes. Eu sonho com uma Porto
Alegre que atenda a uma visão não apenas no social, mas que também no social
pense em dimensões maiores, para que possamos construir para a geração futura
uma Capital que realmente possa merecer o título de Capital do MERCOSUL. É um
desafio a todos nós e que ninguém consegue realizar sozinho, é preciso reunir
todos os esforços, todos precisam participar desse processo.
Ao
encerrar, quero dizer aos senhores, isso foi mencionado anteriormente, que tudo
que se constrói, tudo o que o nosso grupo, a nossa família tem construído é com
uma quota grande da razão, com uma racionalidade, mas com uma quota maior ainda
que é a do coração, da emoção. Eu me permito mencionar Guimarães Rosa: “Para
uma grande batalha, eu convido o meu coração”. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Após esta Sessão Solene histórica, pela
qualidade da representatividade aqui presente, nós só temos que agradecer a
presença de todas as autoridades, de todas as pessoas que acorreram até esta
Casa do Povo de Porto Alegre para este ato da entrega do Título Honorífico ao
Sr. Jorge Gerdau Johannpeter.
Antes
de encerrar a Sessão, convidamos, em nome do homenageado, todos os presentes a
participarem de um coquetel que será oferecido, logo após o encerramento deste
ato, no saguão deste Plenário.
Para
finalizar, convidamos a todos para, em pé, ouvir o Hino Rio-grandense que será
tocado pela Fanfarra do Comando Militar do Sul.
(O
Hino Rio-grandense é executado.)
(Encerra-se
a Sessão às 17h18min.)
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